quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Colecionismo no Brasil não é devidamente reconhecido

Ser colecionador no Brasil mesmo nos dias de hoje, ainda é algo um pouco difícil!

Uma das razões para que uma afirmação como esta ainda seja significativa, e represente algo real, esta na falta de percepção da importância social e cultural das atividades relacionadas ao colecionismo.

Tal "ignorância" não esta restrita a segmentos da sociedade, ainda persiste em meios de comunicação e de fomento a cultura, assim como nas esferas governamentais.

Aqui neste blog, citamos por exemplo, que a USP acolheu a grande coleção de livros montada por Mindlin, montada ao longo de décadas e que constitui-se num dos maiores acervos do país e com importância internacional.

Mas até mesmo no que se refere a acolhida de coleções ou aquisições, é algo não muito comum no Brasil, e não raro acontece de quando um grande colecionador nacional deseja desfazer-se de sua coleção, não encontre aqui no Brasil quem tenha interesse e iniciativa de acolher e manter a coleção, tendo de dispor destas em favor de outros países, lamentavelmente.

Vamos ver um bom exemplo disto (as informações a seguir foram reproduzidas do portal da CPRM, ver CPRM - Serviço Geológico do Brasil, Os Minerais E Os Colecionadores ):

A TRISTE HISTÓRIA DE UMA GRANDE COLEÇÃO
  

Em 1957, o búlgaro Ilio Deleff, 36 anos,
Foto do Colecionador
mudou-se para o Brasil e desde então começou a visitar garimpos espalhados pelo nosso país. Apaixonado pelos belíssimos minerais que nele via, começou a montar uma coleção formada apenas de cristais muito grandes, gigantescos mesmo.
Na década de 1970, Deleff radicou-se em Minas Gerais onde sua coleção naturalmente cresceu ainda mais. Em 1982, após 25 anos reunindo cristais enormes que encontrava nos pegmatitos de nossos garimpos, tinha uma coleção de 78 cristais fabulosos, variando de 200 kg a 4 toneladas, acervo sem igual no mundo.

Dele faziam parte o maior citrino, a maior amazonita azul, a maior morganita e o maior topázio azul do mundo.
Desejando vender sua coleção, ele procurou diversas instituições brasileiras propondo a venda, e dispondo-se a receber o pagamento com a renda que fosse obtida com a exposição da sua coleção. Essa proposta foi considerada exótica e recebida com desinteresse, quando não com desprezo !

Foto do Colecionador

Diante disso, Deleff ofereceu-a a museus estrangeiras. Surgiram muitos interessados, da Grã-Bretanha, Estados Unidos, França e Japão. A coleção acabou vendida ao Museu de História Natural da França. Saiu do Brasil legalmente, como simples matéria-prima destinada à indústria.
Ilia Deleff vendeu sua coleção, não a doou. Mesmo assim, foi condecorado pelo presidente francês François Mitterrand.
Em 1985, ele doou outra coleção de cristais gigantescos, à Bulgária, e ela é hoje a maior atração do Museu Nacional Terra e Homem, de Sofia, capital daquele país.



Resultado, uma das maiores coleções de cristais do mundo foi retirada do Brasil, e hoje está na França.
Um exemplo da pouca importância dada aqui, e da perda cultural que sofremos ao transferir importantes coleções para outras nações!

Noutro exemplo de transferência nacionalidade de uma importante coleção:  a maior coleção de uísque escocês do mundo que antes pertencia ao brasileiro Claive Vidiz, foi vendida em 2008 após 35 anos colecionismo e ter constituído um acervo com 3.384 garrafas dos mais diversos uísques (inclusive raros exemplares).  A coleção foi adquirida pela Diageo Scotland, da Escócia.

Brasileiro vende 'maior coleção de uísque do mundo' - G1 08.10.2008

Ainda em 2008 outra coleção significativa foi posta a venda no Brasil, trata-se da 4ª maior coleção de uísque com 2.500 garrafas lacradas, há inclusive exemplares de whisky servido no casamento de Lady Diana e Príncipe Charles.  Esta de propriedade de Lupércio Caldeira foi anunciada através do link

Vendo 4ª maior coleção de whisky com 2.500 garrafas lacradas.

A dificuldade de manter grandes coleções no Brasil, deve-se ao custo de manutenção dentre outros fatores e ao pouco reconhecimento tanto da sociedade quando das autoridades.

Muitas das coleções vendidas ao exterior, são adquiridas e postas a exposição em locais e museus, que conseguem atrair muitos visitantes e obter recursos significativos com o a visitação e o turismo, além de contar com apoio seja de entidades ou de órgãos oficiais e de governo, o que no Brasil ainda é relativamente incomum.

Apesar das dificuldades ainda existentes, alguma mudança positiva tem ocorrido nos últimos anos, onde há uma elevação no interesse e no número de pessoas voltadas a atividades de colecionador, graças a uma maior organização de grupos de colecionadores ligados a diversas modalidades e suas ações conjuntas.

Ao analisar o momento atual no tocante as artes plásticas e colecionismo, demonstrando um certo otimismo em relação aos novos horizontes deste ramo do colecionismo, o Sr. Magalhães comentou durante o Segundo Painel Arte, em encontro realizado em 04.09.2012 com o tema:

A arte e o colecionismo no Brasil ontem, hoje e amanhã


“Uma juventude de sucesso, que enriqueceu cedo no mercado de capitais está se interessando pela arte, isso é muito importante”, colocou, antes de afirmar que arte brasileira nunca esteve tão em alta.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Colecionar é mais que um hobby!

A importância do hábito de colecionar para o desenvolvimento da cultura, para a história, e inúmeras outras áreas, pode ser mensurada em alguns dos textos que listamos logo a seguir.

Antes porém ratificamos,  que as ações dos colecionadores além de representarem atividades de cultura e lazer, são também importantes formas de apoio e fomentação do comércio e de outros setores econômicos.

PORQUE COLECIONAR ? ? ? - Abrafite

A arte e o colecionismo no Brasil ontem, hoje e amanhã - Brasileiros 04.09.2012

AÇÃO EDUCATIVA COLEÇÕES & COLECIONADORES - Museu Histórico de Sergipe


O Brasil tem um bom exemplo da importância do papel dos colecionadores na pessoa de Mindlin, que construiu o maior acervo de livros em uma coleção particular, e antes de sua morte, todo seu acervo foi doado a USP.

José Mindlin (1914/2010), o maior colecionador de livros do Brasil
Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin

Um colecionador apaixonado por livros, pela cultura e que muito contribuiu para a preservação de grandes obras literárias, e pela preservação de parte da história dos livros no Brasil.  Mindlin, felizmente não era e não é o único a dar uma grande contribuição a cultura brasileira, mas certamente foi alguém especial! 

sábado, 24 de novembro de 2012

Proposta

Esta página é direcionada a divulgação de itens colecionáveis ou de interesse de colecionadores, objetos clássicos ou raros, para fins de venda, sendo estes parte integrante de nossas coleções pessoais e/ou disponibilizados apenas para comercialização.

Também nos propomos a divulgar e incentivar o comércio de antigüidades, assim como as atividades de colecionadores e seus aspectos históricos e culturais.